Elize Matsunaga será interrogada neste sábado na reta final do júri pela morte do marido

Elize Matsunaga será interrogada neste sábado (3) no julgamento em que é acusada de matar e esquartejar o marido Marcos Matsunaga em 2012. O júri é realizado desde segunda-feira (28) no Fórum Criminal da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo. Em seguida, promotoria e defesa vão fazer os debates com direito a réplica e tréplica. O Conselho de Sentença se reunirá em seguida para decidir e entregar para o juiz aplicar a sentença.

Ao todo, 16 testemunhas foram ouvidas ao longo dos cinco dias. O júri de Elize já é mais longo do que outros julgamentos famosos, como os de Suzane von Richthofen, condenada pela morte dos pais, e de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, condenados pela morte da menina Isabela Nardoni. Ambos duraram cinco dias.

Ela responde por homicídio triplamente qualificado: motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, o que pode agravar a pena. Elize também responde por destruição e ocultação de cadáver. O crime ocorreu em 12 de maio de 2012.

Para acusação, o crime foi premeditado. A Promotoria defende que Elize matou Marcos para ficar com dinheiro dele e teria tido a ajuda de outra pessoa para esconder o corpo. A defesa contesta a versão e diz que Elize atirou em Marcos para se defender das agressões do marido e decidiu esquartejá-lo pois estava desesperada.

A acusação se baseia no laudo necroscópico para afirmar que não foi o tiro que matou Marcos, mas o esquartejamento. Segundo a Promotoria, o marido ainda estava vivo quando foi esquartejado.

A defesa de Elize sustenta que foi o tiro que matou o empresário e não o esquartejamento. Eles se apoiam nas análises de um parecer de um perito particular. Apesar disso, o laudo da exumação de Marcos foi inconclusivo e não apontou se ele foi morto pelo tiro ou pelo esquartejamento, pois o corpo já estava em estado avançado de decomposição.

Interrogatório
Nesta quinta-feira (1°), os advogados de defesa afirmaram que Elize ficará em silêncio durante os questionamentos da acusação. “Elize não irá responder as perguntas da Promotoria e da assistência da acusação”, disseram os advogados Luciano Santoro e Roselle Soglio, que defendem a acusada. Eles, no entanto, não explicaram porque a ré ficará em silêncio quando for interrogada pelo promotor José Carlos Cosenzo e pelo assistente, o advogado Luiz Flávio d’Urso.

Veja as etapas que faltam do julgamento de Elize:

  1. Elize será interrogada pela promotoria, defesa e jurados;
  2. Começam os debates entre a acusação e a defesa. O primeiro a falar é o promotor, que tem 1h30 para a acusação. Antes dos debates, podem ser lidas peças e exibidos vídeos;
  3. O advogado também tem 1h30 para a defesa;
  4. Em caso de réplica e tréplica cada parte terá 1 hora para explanações;
  5. Considerando cada uma das teses alegadas pelas partes, o juiz formula os quesitos (perguntas) que serão votados pelo conselho de sentença e os lê, em plenário, para os jurados que deverão se manifestar se sentem-se preparados para julgar;
  6. Um oficial de justiça recolhe as cédulas de votação de cada um dos quesitos. Os votos são contabilizados pelo juiz;
  7. Voltando ao plenário, o juiz pede que todos se levantem e dá o veredicto em público. Estipula a pena e encerra o julgamento.

Bate-boca e “pito” de juiz
O quinto dia de julgamento de Elize Matsunaga foi marcado por discussões entre advogados durante depoimento de dez horas do médico-legista Sami Jundi, principal testemunha da defesa da ré confessa pela morte de seu marido, Marcos Matsunaga. Ainda foram ouvidos Tânia Esteves e José Américo Machado, ambos amigos da ré.

Jundi afirmou nesta sexta-feira (2) que o tiro que atingiu a cabeça de Marcos causou morte instantânea. A afirmação contradiz a versão da acusação, que defende que a degola provocou a morte. O depoimento começou às 10h e terminou por volta das 21h.

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Após a defesa encerrar as perguntas ao médico legista, o advogado Luiz Flávio D’urso, assistente de acusação, pediu que juiz registrasse em ata o protesto dele contra expressões usadas por Sami e pediu uma cópia integral do depoimento da testemunha para encaminhar ao Conselho Regional de Medicina para análise.

D’Urso alega que expressões como “só se o ânus da vítima estivesse em outro lugar” e “se não for sangue poderia ser ketchup” foram desrespeitosas.

A defesa da ré rebateu dizendo que a acusação estava tentando intimidar a testemunha e iniciou um conflito entre as partes. O assistente de acusação pediu respeito e disse que processaria o advogado de Elize, Luciano Santoro.

D’Urso disse ainda que entraria contra processo contra a testemunha em nome da família da vítima e sua memória. O juiz Adilson Paucoski mandou que parassem: “Isso aqui parece uma feira”, exclamou.

Nova versão
O julgamento de Elize, acusada de matar e esquartejar o marido em maio de 2012, entrou nesta sexta em seu quinto dia com mais depoimentos de testemunhas de defesa. Desde segunda (28), 13 pessoas foram ouvidas no Fórum Criminal da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo.

“A morte foi instantânea”, disse Jundi ao depor durante o julgamento. Segundo ele, o tiro destruiu o bulbo – órgão que tem contato direto com a medula espinhal e é via de passagem de nervos – e Marcos parou de respirar. “Teve morte cerebral e parada respiratória”, completou o médico legista, que foi convidado para depor sobre a exumação do corpo de Marcus, que ocorreu nove meses após o assassinato.

A versão da defesa busca enfraquecer o argumento de que Marcos Matsunaga foi esquartejado ainda vivo, o que indicaria elemento de crueldade que pode agravar a pena da ré. Na terça-feira, durante o julgamento, o médico-legista e perito arrolado pela acusação, Jorge Oliveira, afirmou que Marcos foi degolado vivo.

O legista também criticou a necrópsia que foi feita do corpo de Marcos. Segundo ele, o procedimento não seguiu protocolo internacional pelo fato de o corpo não ter passado por raio-X. Ele também afirmou não ser possível precisar a distância de onde Elize executou o disparo, mas afirmou que eram mais de 40 centímetros, também contrariando a acusação.

Jundi também falou sobre o sangue encontrado nos pulmões de Marcos, apontado pela acusação como prova de que ele foi esquartejado ainda vivo. No entanto, segundo o depoente desta sexta-feira, o sangue pode chegar aos pulmões até mesmo no exame necroscópico caso o legista não siga protocolo de atuação. “[Pode ser pelo] efeito gravitacional”, explicou. Não indica que morreu asfixiado, nem que [sangue] foi colocado ali [nos pulmões] em vida’, completou o especialista.

Ainda na noite desta sexta-feira foram ouvidos dois colegas de faculdade de direito de Elize. Tânia Aparecida Esteves disse que, em maio de 2012, Elise pediu a indicação de um advogado e insistiu no contato de Luciano Santoro, que foi professor delas na faculdade e hoje é o advogado de defesa de Elise. Ela afirmou que não questionou e nem estranhou o fato da amiga pedir a indicação de um criminalista já que só tinha dito qhe queria se separar.

Em seguida, José Américo Machado afirmou que o marido de Elize era ciumento. “Ela deixou claro que tinha um relacionamento com alguém e esse alguém era uma pessoa ciumenta. Não poderíamos trocar nem telefones”, disse.

Desde o início do julgamento, na segunda-feira (28), defesa e acusação ouviram de três a quatro testemunhas por dia. Ao todo 16 testemunhas foram ouvidas: duas babás, um detetive, um delegado, o irmão e uma prima da vítima, um funcionário da empresa Yoki, um investigador, três peritos criminais, uma tia da acusada e uma empregada do casal, mais um perito e dois colegas de faculdade de Elize Matsunaga.

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Informação: G1

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Notícias do Vale PB

Luiz Neto. Natural da cidade de Mamanguape, ingressou na área da comunicação, como assessor de imprensa, com atuação na administração pública. Em 2016 assumiu o cargo de Diretor de Edição do Portal Notícias do Vale PB. Correspondente político de diversos portais. Em 2017 passou a compor o quadro de Radialistas da região do Vale do Mamanguape, se tornando analista político e atualmente é Âncora de dois Programas radiofônicos, ‘Diário de Notícias’ (Rádio Litoral Norte FM) e 'Capim Sem Censura' (Rádio Capim FM).

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