Sobe número de famílias endividadas; veja como sair dessa situação
O percentual de famílias brasileiras endividadas subiu para 56,2% e o de inadimplentes (com dívidas ou contas em atraso) para 23% em fevereiro deste ano em comparação ao mês anterior, segundo levantamento da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).
O primeiro passo para sair dessa situação é conhecer o tamanho real da dívida. A parcela da população que faz parte desses índices se vê sem rumo e, muitas vezes, com medo de encarar o problema, o que não ajuda em nada, muito pelo contrário, prejudica o processo de recuperação da vida financeira. Portanto, o momento é de cautela; é preciso saber exatamente onde está o problema, qual o tamanho da dívida.
Mais importante do que lidar com as consequências, é corrigir a causa do problema. Só assim conseguirá sair da situação e nunca mais voltar. Portanto, corrija seus comportamentos errôneos em relação ao uso e a administração das finanças. Muitas vezes, esses hábitos estão enraizados, então procure também se informar, para ter consciência do tamanho dos juros que acaba pagando quando se endivida.
Cinco passos para fugir do endividamento e da inadimplência
Questione-se – Antes de realizar qualquer compra, se faça algumas perguntas como “Eu realmente preciso desse produto?”, “O que ele vai trazer de benefício para a minha vida?”, “Estou comprando por necessidade real ou movido por outro sentimento, como carência, baixa autoestima ou influência de terceiros?”. Ao fazer isso, terá uma grande surpresa sobre a quantidade de coisas que adquirimos apenas por impulsividade, gastando além do que podemos.
Tenha ciência dos números – Só é possível saber se você pode se comprometer com um valor de uma compra a partir do momento em que sabe os detalhes de seu orçamento. Parece estranho, mas muita gente não sabe exatamente quanto ganha por mês, especialmente aqueles que possuem renda variável. Isso é muito perigoso, uma vez que, se não sabe quanto ganha, não sabe o limite de quanto pode gastar e muito menos pode fazer um planejamento adequado.
Faça um apontamento de despesas – Durante 30 dias, anote todos os gastos que fizer – inclusive os de menor valor, como cafezinhos e gorjetas –, separando-os em categorias. Por exemplo: restaurante, vestuário, carro, guloseimas, etc. Dessa maneira, será fácil identificar com o que se está gastando e poderá realizar os ajustes necessários (redução ou até mesmo corte). Muitas vezes, o desequilíbrio financeiro vem das despesas de menor valor, que não costumamos dar importância.
Poupe primeiro, compre depois – Um hábito que a maioria das pessoas não tem é o de guardar dinheiro antes de gastar. Tem algo em mente que quer comprar? Ótimo, pesquise preço e comece a juntar recursos, para conseguir pagar à vista. Além de conseguir um preço melhor por conta de descontos, evitará acumular parcelas que nunca acabam e comprometem o orçamento financeiro de boa parte do ano.
Sonhe mais – As pessoas estranham quando eu falo que sonhar mais ajuda a evitar endividamento e inadimplência. Mas faz sentido, porque, quando temos objetivos bem definidos, adquirimos foco e disciplina, pra gastar menos com coisas supérfluas do dia a dia, que não agregam valor à vida. São os sonhos que nos movem e eles são a chave para uma mudança de postura em relação ao consumo, com eles aprendemos a priorizar.
- por Reinaldo Domingos, Doutor em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin)