Paraíba perdeu R$ 1,6 bilhão com violência no trânsito em 2016
O prejuízo foi calculado pelo professor Cláudio Contador, diretor do Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES), da Escola Nacional de Seguros. “Essa é a perda da capacidade produtiva causada por acidentes que mataram 685 pessoas e deixaram outras 872 com invalidez permanente. O valor corresponde ao que seria gerado pelo trabalho das vítimas caso não tivessem se acidentado”, explica o professor.
“O fator que mede a perda da capacidade produtiva é chamado de Valor Estatístico da Vida (VEV), ou seja, o quanto cada brasileiro deixa de produzir anualmente em caso de morte ou invalidez”, informa texto de divulgação do CEPS distribuído hoje (7) à imprensa pela agência Lupa Comunicação.
De outro lado, o estudo revelou também que as perdas do PIB paraibano em decorrência de acidentes graves no trânsito foram reduzidas em 33%, ou seja, houve uma diminuição no número de vítimas. O resultado, segundo Cláudio Contador, decorre de dois fatores básicos: o aumento da fiscalização (Lei Seca) e a crise econômica, que reduziu as vendas de automóveis e tirou muitos veículos de circulação no país.
“A violência no trânsito caiu de forma considerável, o que é um fato alentador. Ainda assim, o número de vítimas remete a um quadro de guerra. E a grande maioria concentra-se na faixa etária de 18 a 64 anos. Ou seja, pertence a um grupo em plena produção de riquezas para a sociedade”, analisa o professor.
A pesquisa liderada por Cláudio Contador mostra que São Paulo, Minas Gerais e Paraná lideram as estatísticas de perdas decorrentes dos acidentes de trânsito. O impacto econômico nesses estados foi de R$ 24,7 bilhões, R$ 15,7 bilhões e R$ 11 bilhões, respectivamente.
“Em São Paulo, morreram 5.248 pessoas em acidentes no ano passado – quase o dobro de toda a Região Norte. O Rio de Janeiro registrou perdas de R$ 10,2 bilhões, com 2.199 mortes no trânsito. Já o Nordeste lidera em número de acidentes com invalidez permanente: 11.086, sendo 4.094 no Ceará e 1.609 em Pernambuco”, acrescenta.
- Com informações e texto de Jacquelino Moraes, da Lupa Comunicação