O ex-prefeito e hoje deputado Veneziano Vital do Rego (PMDB) insiste em manipular o imaginário popular criando factoides para desviar o rastro de irregularidades que constam quando esteve à frente da Prefeitura de Campina Grande. Essas irregularidades lhe custaram caro na campanha passada, com a reprovação popular nas urnas. Mas parece que a lição já foi esquecida.
Agora, tão logo o Tribunal de Contas do Estado imputou culpa aos seus auxiliares pelo desvio de R$ 17,5 milhões dos cofres da Prefeitura, apareceu com pesquisas questionáveis, produzidas por instituto clandestino, apontando-o como o melhor colocado para disputar o Governo do Estado nas próximas eleições.
Veneziano atira em duas direções: tenta desviar o foco da decisão do TCE que aponta irregularidades em sua gestão, ao mesmo tempo em que tenta vender a imagem de um candidato com potencial no sentido de influir junto à cúpula de seu partido, ou na pior da hipótese, balançar Ricardo Coutinho como uma das opções a sua sucessão, já que ambos têm conversado muito nos últimos tempos.
As pesquisas soam como piada. O instituto que chegou a esse resultado não tem competência técnica para o trabalho. Sequer tem estatístico e registro no Conselho Federal que regulamenta o setor.
Irregularidades – O fato é que as irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas do Estado na gestão de Veneziano à frente da Prefeitura de Campina Grande, são apenas a ponta de um iceberg.
No ano passado, a “CPI da do Tesoureiro”, criada para apurar as denúncias do ex-tesoureiro de Veneziano, Renan Trajano, pela Câmara Municipal de Campina Grande, apontou inúmeros casos de malversação de dinheiro público na gestão do ex-prefeito.
O relatório da CPI entregue à Policia Federal e ao Ministério Público, aponta desvio de R$ 10 milhões, só em contratos celebrados em 2009, entre a Prefeitura de Campina Grande e a empresa JGR Construções. “Veneziano Vital do Rêgo Segundo Neto não é homem para trazer a público a cópia de contrato social da JGR Construções”, provocou Rennan, na época.
Na denúncia, Trajano revelou que as notas fiscais, os empenhos e as licitações referentes à empresa eram fachada e os documentos apresentados na prefeitura constavam em duplicidade de obras de pavimentação e drenagem realizadas pela empresa Compec.
