Vereadores relacionam secretário a supostos desvios de recursos em obras da Lagoa
Os vereadores de oposição ao prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD), elegeram novo alvo no caso do suposto superfaturamento nas obras de revitalização no Parque da Lagoa. Trata-se do secretário de Infraestrutura, Cássio Andrade. O auxiliar, na visão deles, seria o ponto de ligação entre o Executivo e a empresa Compecc, responsável pelo desassoreamento e construção do túnel da Lagoa. A Polícia Federal apontou suposto dano ao erário de R$ 6,4 milhões e fez busca e apreensão na casa de diretores da empresa. Os pontos questionados na obra dizem respeito à retirada de 200 toneladas de resíduos, declarados pela Compecc, e com um suposto superfaturamento na construção do túnel.
A operação Iererês, desencadeada pela Polícia Federal, na semana passada, teve como alvo apenas a Compecc. O líder da oposição na Câmara Municipal, Bruno Farias (PPS), no entanto, acha que o foco deverá ser ampliado. Ele aponta, apenas como evidências a serem investigadas, um intrincado relacionamento de familiares de Andrade com a empresa e com a obra como um todo. Apesar das declarações, Farias admite não poder apontar ainda a existência de delito. Os documentos serão encaminhados à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal, segundo o parlamentar, para subsidiar as investigações. Ele disse que as denúncias foram apresentadas, sob sigilo, por servidores da Seinfra.
Cássio Andrade negou as acusações e disse que responderá a cada ponto.
As relações descritas por Bruno Farias como relações suspeitas são as seguintes:
1- Cassio Andrade: secretário de Infraestrutura;
2- Luciana Maroja (mulher de Cassio Andrade): servidora da Caixa Econômica, lotada na Gerência de Governo (Gigov), responsável pela análise das medições das obras financiadas pelo banco público;
3- Flaviana Maroja Santos (cunhada de Cassio e irmã de Luciana): prestadora de serviço da Prefeitura de João Pessoa, lotada na Seinfra;
4- Marcos Santos Jr (marido de Flaviana, cunhado de Luciana e concunhado de Cassio Andrade) – ele teria trabalhado na Compecc, como Gestor de Obras de 2009 a 2012. Os vereadores alegam, no entanto, que ele continuou atuando na empresa até dezembro de 2016, pois era a pessoa que, em nome da Compecc, levava as medições das obras para a Seinfra. Atualmente, ele é prestador de serviços da Seinfra.
“Luciana, esposa de Cassio, além de cunhada de Marcos, também é sócia dele numa empresa. Ela, então, trabalha no setor da Caixa que gerencia os contratos governamentais e autoriza a liberação do pagamento das medições. Ela pode até ter se averbado suspeita no processo da Lagoa, podendo ter se esquivado de assinar qualquer documento, mas está na cara que ela fez uma forcinha para liberar o dinheiro das medições de uma obra, cujo responsável era o marido e um dos beneficiários, o cunhado e sócio”, especulou Bruno Farias, acrescentando que o secretário era o responsável pelas medições nas obras da Lagoa.
“Descobrimos uma rede de conexão no mínimo curiosa, para não dizer suspeita”, diz o vereador Bruno Farias. Ele promete entregar toda a documentação ao Ministério Público e à Seinfra.
Notícias do Vale PB com Suetoni Souto Maior