Água de Itapororoca tem 78% de coliformes fecais, diz denúncia
O vereador de Itapororoca, Altamir Meireles (PT), denunciou que a água consumida pela população do município está contaminada com 78% de coliformes fecais. Segundo ele, estudos feitos na água comprovaram o alto índice de contaminação.
Uma audiência pública acontece na Câmara Municipal para deixar a população por dentro do que está acontecendo e debater soluções para o problema.
“Estamos tomando suco de bosta na nossa cidade”, denunciou Altamir Meireles com base em estudo da Secretaria de Vigilância Ambiental.
A Promotoria do Meio Ambiente de Mamanguape chegou a ajuizar uma ação civil pública para que o município realizasse e comprovasse, por meio de exames laboratoriais, o fornecimento de água própria para o consumo humano, em todas as caixas de água que abastecem a cidade e nas fontes em que são abastecidos os carros-pipa que levam água para as populações que não são contempladas com a água.
O município é considerado um “oásis” já que é abastecido por fontes de água. Até o ano passado, os moradores não pagavam qualquer taxa de utilização da água.
Em perícia realizada pela Cagepa, por solicitação do Ministério Público Estadual, foi constatado que, do ponto de vista físico-químico a água ofertada à população de Itapororoca é satisfatória, contudo, com respeito à parte bacteriológica, ela não é potável, tendo em vista o resultado positivo e o fato da água não ter tratamento de desinfecção.
Em outra inspeção realizada a pedido da Promotoria, a Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa) verificou que a água tem qualidade insatisfatória para o consumo humano, em decorrência da não cloração da água e pela demonstração de contaminação do lençol freático. Já o Laboratório Central de João Pessoa (Lacen) analisou as fontes de água e constatou que a caixa d´água que abastece a cidade não recebe qualquer tipo de tratamento e está sem manutenção há mais de dois anos. Além disso, a área da Piscina da Nascença se encontra com odor forte, bares, dejetos humanos nas proximidades, caixas de gordura e fossas sépticas dos estabelecimentos comerciais perto das fontes, acesso livre nas fontes de água, tubos de amianto canalizando a água para a população.
O Lacen sugeriu a troca da tubulação do amianto pelo PVC, isolamento do acesso às fontes de água para proibir a entrada de pessoas estranhas, retirada da plantação de cana e criação de aves nas proximidades da fonte de água da comunidade Leite Mirim, e, por fim, com urgência, a construção de um reservatório para receber água da fonte onde receberá tratamento, antes de ser distribuída a população.
Em outra perícia realizada a pedido do MP, a Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) constatou que a água é imprópria para o consumo humano, uma vez que a quantidade de coliformes termotolerantes presentes está acima do limite estabelecido pela Portaria 2914/11 do Ministério da Saúde e recomendou um tratamento simplificado por meio de adição de cloro.