Por que o governador assedia tanto o PMDB após tentar humilhar o senador?
Eis que, novamente, o PMDB pinta como a noiva cobiçada para as eleições de 2018. E, mais uma vez, tanto quando ocorreu em 2014 (ao Governo do Estado) e 2016 (à Prefeitura de João Pessoa), o partido pode decidir o veredicto das urnas. O governador Ricardo Coutinho tanto sabe disso que segue tentando atrair Zé Maranhão, a todo custo.
E age assim, após ter hostilizado o senador quando ele apoiou Luciano Cartaxo, ano passado. Na medida em mimoseia e manda juras de amor eterno, Ricardo parece esquecer como num passado não tão remoto acionou sua mídia (regiamente paga) para desacreditar o senador, divulgando uma pretensa lista de indicados por Maranhão em sua gestão. O caso causou muitos estragos na relação com o peemedebista.
E Maranhão respondeu com a voz da experiência de quem tem décadas de atividade política, e não faz política com o fígado: o PMDB está aberto para diálogo, inclusive com o próprio Ricardo. E, assim, desarma os ataques que já vinha sofrendo de parte da militância girassol, diante de sua proximidade com Cartaxo. Ganha tempo. Até as urnas de 2018 ainda há um bom caminho pra percorrer.
Sabe que muitos até lá perderão fôlego, outros poderão solidificar suas posições. Mas, é cedo. Tempo de prospectar a praça e avaliar como se comportarão os principais atores. Sabe que Ricardo está em curva descendente. Sabe que Cartaxo precisa ser mais atencioso e grato, para poder se consolidar. Mas, a presença de Manuel Júnior na vice não é uma apólice para um apoio automático do PMDB. Apesar de ser um elemento importante no quadro.
Sabe também que Romero Rodrigues estadualiza o nome e espera pra ver o que vai acontecer e que o lançamento do secretário João Azevedo (Infraestrutura) foi apenas uma estratégia do RC para ocupar o espaço vazio, na medida em que, mesmo sendo governador, não tinha um candidato, algo que poderia demonstrar fraqueza política. João só ficará se não surgir outro nome em melhores condições. Ou, se tiver o apoio do PMDB.
E, por fim, sabe que é apenas balela quando o governador diz que ficará até o final do mandato. E Maranhão sabe esperar. Algo que outros agentes ainda não aprenderam.