Ofertas falsas da ‘Black Friday’ no Facebook podem terminar em golpe contra o consumidor
As proximidades da ‘Black Friday’, evento do comércio que ocorre sempre na última sexta-feira do mês de novembro, com descontos que chegam aos 70% em diversas mercadorias em lojas de todo Brasil, podem terminar em golpe ao consumidor por conta de ofertas falsas em postagens nas redes sociais.
Através do Facebook, o Portal, teve acesso a diversas ofertas falsas de televisões, celulares e outros equipamentos eletrônicos, que estavam sendo vendidas por valores irreais em perfis que utilizam logomarcas falsas das empresas Casas Bahia, Lojas Americanas, Magazine Luiza e Ponto Frio.
O golpe ocorre quando o consumidor, atraído pelo valor, clica na oferta e é direcionado a um site com formato parecido ao site oficial das lojas, mas com endereço eletrônico diferente. Com isso, caso o consumidor continue a navegar pelo site ou conclua a compra poderá sofrer um golpe financeiro, comprando o produto sem recebê-lo posteriormente, ou ter dados pessoais roubados do computador.
Em uma das ofertas, um falso anúncio atribuído ao Ponto Frio, que possuía mais de 1,6 mil curtidas e 1,1 mil comentários, oferecia uma smart TV curva, de 49 polegadas, com tecnologia 4K a R$ 986,99 e com frete grátis.
Em consulta à loja virtual do Ponto Frio a mesma smart TV é comercializada por R$ 2.999,99, uma diferença de R$ 2.013.
Em outra oferta, dessa vez em um anúncio falso atribuído às Lojas Americanas, uma smart TV LED 49’’ estava sendo vendida a R$ 1.099,98. No site oficial da loja o mesmo produto estava sendo comercializado por R$ 2.299,99.
Lojas confirmam a fraude
Em contato com o Portal, Casas Bahia, Lojas Americanas, Magazine Luiza e Ponto Frioconfirmaram que as ofertas postadas em perfis ou páginas do Facebook, que não sejam os perfis oficiais das empresas, são falsas.
A assessoria de comunicação da Casas Bahia e do Ponto Frio informou que só comercializa produtos de forma virtual através dos seus canais oficiais, como os sites oficiais, e perfis oficiais no Facebook.
Além disso, as empresas ressaltaram que a responsabilidade de retirar as páginas falsas do ar é das companhias que operam as redes sociais.
“As marcas Casas Bahia e Ponto Frio informam que orientam os clientes constantemente por meio de postagens nas redes sociais das duas bandeiras a realizar compras somente nos canais oficiais. Ressaltamos que a retirada das páginas falsas do ar é de única e exclusiva responsabilidade das companhias responsáveis pela operação das redes sociais, mas que sempre solicitamos a exclusão junto à empresa administradora pelo site quando recebemos ocorrências desse tipo. Recomendamos ainda que os clientes façam denúncias da página referida para que sejam tomadas as providências cabíveis ao caso”, informou a assessoria.
Também por meio da assessoria de comunicação, a Lojas Americanas informou que as ofertas flagradas não procedem e que os clientes também só devem comprar por meios do site oficial da empresa e do perfil oficial nas redes sociais.
“A Americanas.com informa que essas ofertas do Facebook não procedem. Recomendamos ao cliente conferir sempre os produtos e seus preços no site, aplicativo e redes sociais oficiais da marca”, relatou a assessoria.
Já a assessoria de comunicação da Magazine Luiza afirmou que a página que mostra a oferta falsa não faz não faz parte do ambiente oficial do Clube da Lu, site de ofertas do Magazine Luiza, ou a nenhum outro vinculado à empresa.
“A companhia realiza campanhas de conscientização com seus clientes, para melhor instruí-los de como proteger seus dados online. Assim como, faz acompanhamento constante na internet para rastrear o uso criminoso de sua marca”, disse a assessoria.
Procon-JP aconselha denúncia e pede atenção do consumidor
Ao Portal, o secretário do Procon-JP, Helton Renê, afirmou que as lojas têm responsabilidade sobre o que ocorre com suas marcas nas redes sociais e precisam tomar as medidas cabíveis para evitar que os consumidores sejam lesados.
“As marcas têm responsabilidades sobre o que está acontecendo nas redes, quem não tem culpa nessa historia é o consumidor. As empresas devem enviar nota para a imprensa para que os consumidores tenham acesso a essas informações de ofertas falsas. Elas também devem tomar as medidas cabíveis e legais para caçar as publicidades enganosas e proteger os consumidores”, afirmou Helton Renê.
Ainda segundo o secretário, caso o consumidor seja vítima de uma fraude com anúncios falsos na internet ele pode entrar com ações nas esferas criminal e judicial contra as empresas, eu poderão ser responsabilizadas.
Além disso, os consumidores precisam estar atentos e serem os seus próprios fiscais para evitar prejuízos.
“O consumidor também tem que fazer a sua parte. Mesmo em períodos de Black Friday, ele deve desconfiar do desconto extremamente fantasiosos. Ele deve procurar sites de confiança, não fazer qualquer tipo de compra através de redes sociais, que é muito perigoso. Os sites devem ter endereço físico, CNPJ, telefones para contato para se houver algum problema o consumidor saber onde procurar os seus direitos. Então, os consumidores devem é importante que eles sejam fiscais do seu próprio bolso para que eles não venham comprar gato por lebre”, concluiu o secretário.
Dicas para compra segura pela internet:
– Preferir sites com boa reputação no mercado;
– Desconfiar de ofertas muito abaixo do padrão de mercado;
– Verificar se o endereço eletrônico indicado na barra é o mesmo informado no site;
– Verificar a adoção de sistemas de segurança (cadeado ativo no canto direito da tela) principalmente quando fornecer dados pessoais;
– Desconfiar de formas de pagamento incomuns como depósito em conta de pessoas físicas;
– Conferir se a empresa existe de fato e de direito (CNPJ, endereço e telefone de contato);
– Evitar compras através das redes sociais, preferindo sites de compras;
– Entrar imediatamente em contato com os órgãos de defesa do consumidor em caso de dúvida ou se identificar algo suspeito durante a transação;
O Procon de São Paulo elaborou uma lista com 50 sites que devem ser evitados pelos consumidores por perigo de fraude. Veja a lista aqui.