Efraim Filho: “Os partidos no Brasil estão sendo criados por outras razões, não para defender bandeiras”
O parlamentar considerou que muitas dessas siglas são desnecessárias, em termos de representação ideológica.
O deputado federal Efraim Filho (DEM), ao comentar sobre o número excessivo de partidos no Brasil e as consequências das regras estabelecidas pela cláusula de barreira, ele concordou com o diretor do Programa de Estudos Brasileiros da Universidade de Oxford, Timothy Power, de que a grande quantidade de siglas tornou o Brasil um verdadeiro balaio de gato.
“Muitos partidos tiveram resultados pífios. Imagino que daqui a três eleições, teremos entre oito e 12 partidos. Não pode continuar essa esculhambação. O eleitor bota tudo num balaio de gato, quando não é”, disse Efraim.
O parlamentar considerou que muitas dessas siglas são desnecessárias, em termos de representação ideológica.
“Quando um partido é criado, normalmente é para atender a um grupo ideológico pouco representado, dar voz a grupos. Mas não é o que está acontecendo. Os partidos no Brasil estão sendo criados por outras razões, não para defender bandeiras”, frisou.
Existem 35 legendas registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sendo que só 30 têm representação na Câmara dos Deputados e no Senado.
Estudo
A declaração do professor Timothy J. Power à BBC Brasil, no ano passado, corrobora a ideia de que o pluripartidarismo no país satisfaz a interesses outros que não aqueles as quais deveria justificá-lo.
Ele e o professor César Zucco, da Fundação Getúlio Vargas, realizaram pesquisa inédita e chegaram a uma conclusão: apenas dois partidos seriam suficientes para representar a sociedade brasileira no Congresso Nacional.