Bolsonaro demite Bebianno, ministro e ex-coordenador de campanha

Se um resfriado abalou o governo, imagine uma gripe…

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) encerrou nesta segunda-feira (18) um capítulo dramático da novela em que se transformou a situação do agora ex-ministro Gustavo Bebianno. De expoente do núcleo duro da campanha vitoriosa do capitão reformado do Exército, em 2018, ele passa à condição de primeira baixa do governo. Tudo isso em meio a um enredo repleto de amadorismos e arroubos juvenis do clã Bolsonaro, com soluções bem ao nível da 5ª série. Primeiro difama, depois se intriga e só após passar a ser tratado como vacilão, decide mandar o auxiliar pastar. O resultado final não poderia ser pior: um resfriado balançou o governo e causa reflexões sobre os efeitos danosos que poderão decorrer de uma pneumonia.

Tudo começou com as acusações de que Bebiano repassou R$ 400 mil para uma candidata laranja de Pernambuco. O presidente nacional do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), procurou se livrar do pepino. A mulher que recebeu a terceira maior doação de campanha feita pelo partido, no ano passado, recebeu pouco mais de 200 votos. Bivar tratou de acusar Bebianno pelos repasses, afinal, o ex-fiel escudeiro de Bolsonaro era o presidente do partido durante a campanha. O então ministro chefe da Secretaria Geral da Presidência negou as acusações. Pressionado, ele procurou demonstrar segurança no cargo. Alegou que havia conversado com Bolsonaro por três vezes enquanto ele estava internado para a reconstrução do trânsito intestinal. Tudo começou a dar errado a partir daí.

O vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ) entrou no circuito para desmentir Bebianno. Em vídeo, chamou o ex-presidente do PSL de mentiroso. Depois, divulgou áudio em que o presidente se recusava a atender o auxiliar. Foi então que Bolsonaro retuitou as postagens do filho, chancelando-as. A sequência disso foi outra sucessão de erros. O então ministro procurou ajuda de aliados do partido e da base. Muitos deles procuraram dar sobrevida a Bebianno. Sem nenhum sinal de fumaça do outro lado, o ex-ministro começou a dar entrevistas na imprensa. Nelas, chegou a dizer que se ele caísse, Bolsonaro também cairia. A ameaça pegou mal e afastou até as pessoas que costuravam uma reaproximação.

A demissão poderia ter ocorrido na semana passada, logo após as ameaças. A permanência faria com que todos acreditassem realmente existir algo grave o suficiente para derrubar o governo, coisa que talvez haja. Mesmo assim, o quadro se arrastou de forma desgastante por todo o fim de semana. Ao jornalista Gerson Camarotti, da Globo News, pessoas próximas a Bebianno atribuíram a ele desabafos contra o presidente. Entre eles, a declaração de que o gestor é fraco e a sensação de que ele deveria pedir desculpas ao Brasil, por ter ajudado a eleger o ex-capitão. Só na tarde desta segunda-feira (18), a demissão foi confirmada pelo presidente. Ela acontece na mesma semana em que serão encaminhados para o Congresso o pacote anticrime e a reforma da previdência.

O episódio mostra que o presidente precisa urgentemente queimar os livros de Olavo de Carvalho e Brilhante Ustra e iniciar o mais rápido possível a leitura de O Príncipe, de Nicolau Maquiavel.

Por Suetoni Souto Maior

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Notícias do Vale PB

Luiz Neto. Natural da cidade de Mamanguape, ingressou na área da comunicação, como assessor de imprensa, com atuação na administração pública. Em 2016 assumiu o cargo de Diretor de Edição do Portal Notícias do Vale PB. Correspondente político de diversos portais. Em 2017 passou a compor o quadro de Radialistas da região do Vale do Mamanguape, se tornando analista político e atualmente é Âncora de dois Programas radiofônicos, ‘Diário de Notícias’ (Rádio Litoral Norte FM) e 'Capim Sem Censura' (Rádio Capim FM).

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