Cartão clonado é principal fraude sofrida por consumidores
Já o segundo golpe mais comum observado pelo estudo é o recebimento de boletos falsos.
O cartão de crédito é hoje uma das formas mais populares de pagamento no mundo inteiro, principalmente pelas facilidades que oferece. Mas é preciso tomar cuidados. Um levantamento feito pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revela que 8,9 milhões de brasileiros foram vítimas de fraude nos últimos 12 meses, sendo que a maior parte dessas ocorrências (41%) está ligada à clonagem de cartão de crédito.
Já o segundo golpe mais comum observado pelo estudo é o recebimento de boletos falsos, com 13% das menções. Além desses tipos de fraudes, também aparecem clonagem de cartão de débito, contratação de empréstimos e financiamento, todos com o mesmo nível de incidência (11%), respectivamente.
De acordo com o levantamento, metade (48%) das fraudes se deu em transações ou compras feitas pela internet. Outros 20% dos golpes aconteceram nas operações realizadas em agências bancárias ou financeiras e 15% em lojas físicas. Quanto às principais consequências enfrentadas pelas vítimas de ações fraudulentas estão as compras indevidas em nome da pessoa (37%) e os prejuízos financeiros (24%).
Há ainda problemas relacionados à perda de tempo com processos burocráticos para regularizar a situação e a inclusão em cadastros de inadimplentes, deixando a pessoa com o nome sujo e impossibilitando a realização de compras por meio do crédito — ambas situações com 22% das citações.
Crimes como esses podem causar sérios danos ao consumidor que tem suas informações pessoais utilizadas para fins fraudulentos. Na avaliação do superintendente de produtos e operações do SPC Brasil, Nival Martins, os transtornos ocasionados por estelionatários podem comprometer não apenas a saúde financeira dos consumidores que acabam caindo nesses golpes.
“Além dos prejuízos financeiros, existe o constrangimento de, muitas vezes, ser incluído indevidamente em cadastros de devedores. Sem contar a burocracia para abrir boletim de ocorrência e avisar os órgãos competentes sobre o ocorrido”, alerta.
SPC Brasil dá dicas para o consumidor evitar risco de fraudes:
- Antes de fazer qualquer compra, certifique-se sobre a idoneidade do estabelecimento comercial. Pesquise sobre a reputação da empresa e redobre atenção em sites de comércio eletrônico. Os canais de venda virtuais são obrigados a fornecer dados, como razão social, endereço, telefone e CNPJ;
- Desconfie de produtos com preço muito abaixo do praticado pelo mercado e sempre exija nota fiscal. Essas atitudes resguardam o consumidor, caso ele tenha que fazer uma eventual troca do produto ou venha pedir algum ressarcimento;
- Nunca forneça dados pessoais ou bancários por telefone. Caso tenha de atualizar algum cadastro, procure pessoalmente a instituição financeira ou ligue diretamente para o serviço de atendimento ao consumidor;
- Em caso de perda, roubo, furto ou extravio de documentos pessoais, como CPF, CNPJ, certidão de nascimento, cheques e cartões de crédito, é necessário que a vítima realize o Boletim de Ocorrência (B.O.). Com o boletim de ocorrência em mãos, o consumidor deve comparecer, pessoalmente, em um balcão de atendimento do SPC Brasil com um documento de identificação para fazer um ‘Alerta de Documentos’ — serviço que é gratuito.
O SPC Brasil também liberou por 30 dias grátis o ‘SPC Avisa’, que faz o monitoramento de CPFs para evitar fraudes. Com o serviço, o consumidor é avisado por e-mail, em até 24 horas, sobre qualquer movimentação em seu documento, como consultas para a realização de compras a prazo, verificação de nome restrito, inclusão de registros de inadimplência, alteração de dados cadastrais, entre outros.