Daniella compara cortes de verbas nas universidades ao 7 x 1 da Alemanha
“A Alemanha nos ensina, mais uma vez, com o seu 7 a 1”, disse senadora em pronunciamento
A senadora paraibana, Daniella Ribeiro (PP), tem externado para quem quiser ouvir a sua contrariedade com os cortes de verbas nas universidades. Ela ocupou a tribuna do Senado, na quarta-feira (8), para manifestar a sua indignação com a decisão do Ministério da Educação. A parlamentar leu parte da nota pública da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) contra a medida e pediu para a íntegra do documento fazer parte dos anais do Senado. De quebra, comparou os cortes no Brasil com os investimentos anunciados pelo governo da Alemanha e concluiu: “A Alemanha nos ensina, mais uma vez, com o seu 7 a um”.
A nota informa que R$ 44,7 milhões da UFPB, 30% dos recursos previstos para este ano, foram bloqueados pelo governo federal, o que afetará 45,5% do seu funcionamento. “Como educadora, compartilho dessa angústia, sabendo da importância que a educação e a pesquisa têm para alavancar o país, trazer desenvolvimento”, disse a senadora. Ainda no seu discurso, Daniella comparou a posição adotada pelo governo brasileiro na área da educação e a da Alemanha, que anunciou um investimento de R$ 160 bilhões de euros para universidades e pesquisa científica do país entre 2021 e 2030.
A ministra alemã da Educação, Anja Karliezek, ao anunciar o aporte de recursos, afirmou que a medida garantirá a ‘prosperidade’ do país a longo prazo. A senadora lembrou do ensinamento que a Alemanha deixou no país após derrota dos 7 a 1 imposta a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2014. “A Alemanha nos ensina, mais uma vez, com o seu 7 a um, que deveríamos fazer de forma diferente. Aqui não fica apenas a minha indignação, mas também a da maioria dos brasileiros que entende que sem a educação é impossível pensar em desenvolvimento”.
Outro comentário da senadora na tribuna foi de que o Ministério da Educação, a princípio, anunciou apenas três universidades (UFBA, UnB e UFF) afetadas pelo corte sob a alegação de estarem fazendo “balbúrdia” em vez de melhorarem o desempenho acadêmico. Mas, ela lembrou que, duas das três universidades citadas, melhoraram sua posição no ranking Times Higher Education em 2018 e, todas estão entre as 50 melhores da América Latina. “Assim, confrontando e visando minimizar o equívoco, o MEC simplesmente estendeu o corte a todas as instituições federais”, disse.
Na Comissão de Educação do Senado, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse, esta semana, que não é um corte, mas contingenciamento que poderá ser revertido se a reforma da Previdência for aprovada e se a economia do país melhorar. “Qualquer que seja o nome dado a este corte, tenho certeza que o ensino superior, que já sofria com a ausência de recursos, agora se vê estrangulado”.
As justificativas do Governo Federal para esse tipo de “intervenção”, segundo a senadora, são “infundadas”. A UFPB teve um crescimento exponencial dos índices de desempenho e ocupa o quarto lugar no país em registro de patentes. É a quarta melhor universidade do Nordeste e a 28ª da América Latina. Na produção de pesquisas em ciências naturais, a UFPB ocupa o oitavo lugar no ranking brasileiro.
Informações: Suetoni Souto Maior