Após 15 dias alimentando polêmicas sobre rompimento, João e Ricardo buscam união
É o primeiro sinal claro de reaproximação depois de 15 dias de estremecimentos.
Onde há fumaça, há fogo. O adágio popular às vezes falha, mas possui grande grau de acerto. No caso do estremecimento da relação entre o atual governador, João Azevêdo, e do ex, Ricardo Coutinho, ambos do PSB, o rompimento esteve por um fio nos últimos dias. Não faltaram incendiários para fazê-lo queimar na fogueira da vaidade que cerca a política. Neste sábado (1º), diante da militância na audiência do Orçamento Democrático Estadual realizada em João Pessoa, o esforço foi no sentido contrário. É o primeiro sinal claro de reaproximação depois de 15 dias de estremecimentos. De um lado, as cobranças de fidelidade puxadas pelos ricardistas. Do outro, a busca pela governabilidade, incentivada pelo grupo que teme os efeitos que a operação Calvário pode trazer à gestão.
O desconforto que seguia nos bastidores foi revelado após declaração de João Azevêdo, em entrevista ao jornalista Heron Cid. Ele disse, naquele 13 de maio, que era completamente diferente do ex-governador. A frase abriu uma ferida na relação, levando para a rua um desconforto até então tratado nos bastidores. Ferida exibida, também, no episódio em que a namorada de Ricardo, Amanda Rodrigues, pediu demissão da Secretaria de Finanças e tornou isso público através das redes sociais, sem qualquer aviso prévio a João. Mais recentemente, durante decisão da Copa do Nordeste, houve o primeiro cumprimento mais afetuoso entre João e Ricardo, mas seguido do distanciamento durante o jogo. Isso elevou as polêmicas.
O encontro na plenária do Orçamento Democrático, por isso, cumpre papel singular na tentativa de superar o distanciamento. O conceito comum entre os governistas é o de que “o que os une é maior do que o que os separa”. Trocando em miúdos, o que o PSB chama de “projeto socialista” correrá risco em caso de rompimento. Isso por que o racha na base favorecerá os adversários nas eleições do ano que vem. Esse conceito foi exposto por Ricardo durante o evento deste sábado. “Precisamos fazer a grande comunhão em defesa do projeto e em defesa do governo. Vocês sabem como nosso governo vem sendo atacado. Vocês sabem como aquela oposição que cansou de perder nas urnas e nas ruas, está hoje alimentando mentiras, fofocas e futricas para poder destruir o projeto”, disse Ricardo.
O roteiro de pacificação ou rompimento vai ficar a cargo do tempo. Cabe dizer, no entanto, que a linha é bem tênue…
Suetoni Souto Maior