Bolsonaro ignora orientação de especialistas e incentiva reabertura do comércio e escolas e fim do ‘confinamento’
De acordo com o Ministério da Saúde, até o momento o Brasil contabiliza 2.201 casos confirmados e 46 mortes em decorrência do coronavírus.
O presidente Jair Bolsonaro pediu, em pronunciamento em rede nacional de televisão e rádio exibido na noite desta terça-feira (24), a reabertura do comércio e da escolas e o fim do “confinamento em massa”. As medidas têm sido utilizadas no combate ao novo coronavírus, que já deixou 46 mortos no país. Este foi o terceiro pronunciamento sobre o tema realizado em um período de menos de 20 dias.
— Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o fechamento de comércio e o confinamento em massa. O que se passa no mundo tem mostrado que o grupo de risco é o das pessoas acima de 60 anos. Então, por que fechar escolas? — questionou Bolsonaro.
O presidente afirmou que o coronavírus “brevemente passará” e afirmou que a vida “tem que continuar”:
— O vírus chegou. Está sendo enfrentado por nós e brevemente passará. Nossa vida tem que continuar. Os empregos devem ser mantidos. O sustento das famílias deve ser preservado. Devemos, sim, voltar à normalidade.
No primeiro pronunciamento sobre o tema, realizado no dia 6 de março, Bolsonaro afirmou que não havia motivo para “pânico” e que o momento era de união.
A segunda fala sobre o tema foi realizada na semana seguinte, no dia 12 de março. O presidente recomendou o adiamento de manifestações que estavam marcadas para o domingo seguinte, devido à recomendação para evitar aglomerações. O próprio Bolsonaro, contudo, acabou participando dos protestos.
Panelaços
Durante o pronunciamento, foram registrados panelaços por diversas cidades de todo o país.
De acordo com o Ministério da Saúde, até o momento o Brasil contabiliza 2.201 casos confirmados e 46 mortes em decorrência do coronavírus.