Opinião: nem aí, candidatos e eleitores impõem mesmo peso para o voto e a vida nas eleições desse ano na Paraíba
Um show de horrores.
Aglomeração em locais abertos e fechados. O uso de máscara quase foi abolido pelos eleitores e candidatos na Paraíba nas eleições municipais desse ano em plena pandemia do coronavírus, que acarreta em uma doença que já provou não ser subestimada. Gente apinhada umas sobre as outras, em completo desespero para tentar burlar a lei da impenetrabilidade da matéria, formulada, entre outros, por Newton, a qual afirma que dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo.
Um show de horrores. A cada semáforo, pessoas em um subemprego temporário segurando bandeiras que são passadas de mão em mão sem a menor assepsia. Álcool em gel? Isso é coisa do passado. É preferível levar o santinho do candidato predileto na algibeira. Havendo real fé, o eleitor estará “protegido” da Covid-19, e a pandemia, como em um em um passe de mágica de Harry Potter, será erradicada antes mesmo da vacina contra o novo coronavírus ser desenvolvida.
Apesar do secretário de Saúde do Estado, Geraldo Medeiros, e sua equipe buscarem conscientizar a população paraibana que a pandemia não cessou, parece ser sua luta inglória. A Paraíba, que estava em queda em números de mortes causados pela Covid-19, retornou para a chamada bandeira vermelha.
A informação foi dada pelo consórcio de veículos de imprensa na quinta-feira 16, com dados das secretarias estaduais de saúde. Houve um aumento de 19% no estado. Enquanto isso, voto e vida se confundem numa gangorra macabra pautada no querer vencer. Muitos vendendo sua própria saúde, outros comprando a energia vital que move cada ser humano.
E assim segue o beija-mão, beijinhos em crianças abraços e apertos de mãos sorridentes nos adultos. Tudo vale, menos seguir o protocolo de segurança implementado pelos órgãos de saúde. E a vida, o voto e a certeza que dias piores virão.
Eliabe Castor