Procurador-geral da Paraíba avisa que todos os municípios devem obedecer decreto estadual
Fábio Andrade, esclareceu as medidas que podem ser tomadas em possível divergência entre os decretos do Governo do Estado da Paraíba e a Prefeitura de Campina Grande.
Durante entrevista concedida nesta quarta-feira (10) ao Arapuan Verdade, o procurador-geral do estado, Fábio Andrade, esclareceu as medidas que podem ser tomadas em possível divergência entre os decretos do Governo do Estado da Paraíba e a Prefeitura de Campina Grande. Entre uma delas, o prefeito de Campina, Bruno Cunha Lima, afirmou que discorda do toque de recolher e o fechamento do comércio durante o final de semana.
“Eu quero me ater efetivamente ao debate técnico, jurídico, não preciso da retorica e do discurso político, deixo isso a cargo deles. Mas em relação aos decretos, é preciso destacar que ele é dos 223 municípios. Essa lógica que o município A é quem sabe os problemas do próprio município não cabe, pois se fosse assim, não precisaria dos decretos estaduais em todo o Brasil”, disse o procurador Fábio Andrade.
O procurador lembrou na entrevista, que esta mesma discussão já existiu em um outro momento com o ex-prefeito Romero Rodrigues, quando o mesmo discordou do fechamento de bares e restaurantes durante os feriados de Natal e Réveillon. O caso foi levado ao Poder Judiciário do próprio município, além do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) e o Supremo Tribunal Federal (STF), que deram ganho de causa as medidas restritivas do Governo do Estado.
“Os três tiveram a oportunidade de se manifestar e todos disseram que o decreto mais restritivo é que o vale. Então, essa é uma realidade já posta e que se conhece para o município de Campina Grande, e eu não tenho dúvida que se for necessário, o Poder Judiciário vai mais uma vez reafirmar a jurisprudência do decreto estabelecido pelo governo do estado”, declarou.
Quando perguntado se a Procuradoria acionaria a Justiça caso haja um ‘afrouxamento’ do decreto em Campina Grande, Fábio afirmou que a decisão cabe ao Ministério Público a apreciação dessa contestação antes de tomar qualquer medida. “Eu penso que o próprio Ministério Público fará, porque pelo o que estou sabendo, eles já fizeram uma reunião com o prefeito ontem e emitiu uma recomendação ao prefeito, assinada pelo Federal, Estadual e do Trabalho que ele atendesse ao decreto estadual”, concluiu Fábio Andrade.