‘Depois que o último brasileiro for vacinado, eu decido se vou me vacinar’, diz Bolsonaro
No Distrito Federal, a vacinação de pessoas com 66 anos, idade do chefe do Executivo federal, começará no sábado (3).
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nessa quinta-feira (1º), que irá decidir se vai se vacinar ou não contra a Covid-19 “depois que o último brasileiro for vacinado”. A declaração foi dada em sua live semanal, transmitida pelas redes sociais. No Distrito Federal, a vacinação de pessoas com 66 anos, idade do chefe do Executivo federal, começará no sábado (3).
O vice-presidente Hamilton Mourão e os ministros da Economia, Paulo Guedes, e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, já foram vacinados. “Está tendo uma discussão agora de que vou me vacinar ou não. Eu vou decidir. O que eu acho? Já contraí o vírus. O que acho que deve acontecer? Depois que o último brasileiro for vacinado, se estiver sobrando uma vacina, aí eu decido se me vacino ou não. Esse é o exemplo que um chefe tem que dar. Igual no quartel. Geralmente, o comandante é o último a se servir”, disse Bolsonaro.
Ao comentar duas notícias de jornais argentinos sobre a pobreza na Argentina, o presidente também criticou as medidas restritivas adotadas por prefeitos e governadores para conter a transmissão do vírus. “Os jornais da Argentina estão dizendo que aumentou o número de pobres, em função das medidas restritivas, de lockdown e confinamento. O Brasil está indo pelo mesmo caminho. Eu não sei o que passa pela equipe de alguns governadores que mantêm essa política de fechar tudo. A política de fechar, que começou em março e abril do ano passado, tinha a intenção de achatar a curva de contaminação para que os hospitais se preparassem com leitos de UTI, respiradores. Dinheiro foi para os Estados e municípios, bilhões de reais. Sabemos que alguns, ou muitos, governadores e prefeitos utilizaram esses recursos para botar as contas em dia e não deram a devida atenção para a saúde. Tem uma emissora de televisão que só fala no número de mortos, não fala dos recuperados, e fala das capacidades das UTIs nos Estados. Está com 90%, está com 95%. Em função disso, justifica para eles [os governadores] as medidas de isolamento. No meu entender, isso está equivocado”, afirmou o presidente.
Em outro momento, Bolsonaro voltou a dizer que alguns decretos “têm poderes mais restritivos que estado de sítio”. “Alguns governadores e alguns prefeitos estão baixando decretos que têm poderes mais restritivos que estado de sítio. E olha que o estado de sítio, se eu baixo o decreto, só entra em vigor se o Congresso disser sim. Hoje em dia, qualquer governador, qualquer prefeito, tem os responsáveis, mas tem aqueles que abusam. Baixam o decreto e que se exploda o mundo”, disse. “A gente espera que o Supremo Tribunal Federal reveja certas decisões”, acrescentou.
Jovem Pan