Polícia investiga 30 possíveis casos de estupro por anestesista no Rio de Janeiro
Os investigadores apuram se, nesses casos, ele também usou medicamentos desnecessários ou em excesso.
A Polícia Civil investiga 30 possíveis casos de estupro de pacientes do médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, preso por estupro durante uma cesariana em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
“São relatos ainda. Precisamos investigar. São 30 já identificadas como possíveis”, disse Bárbara Lomba, delegada titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti.
Só o hospital da mãe em Mesquita, também na Baixada Fluminense, informou que ele acompanhou mais de 20 cirurgias. Os investigadores apuram se, nesses casos, ele também usou medicamentos desnecessários ou em excesso.
“Toda essa ação criminosa é repugnante, é algo que não imaginávamos que pudesse acontecer’, pontuou.
Duas dessas possíveis vítimas são esperadas para prestar depoimento nesta quinta-feira (14) na especializada.
“Nós aguardamos duas possíveis vítimas. Elas foram operadas no dia 10 de julho, antes daquela vítima nas imagens. Já temos informações de que elas foram sedadas também, possivelmente desnecessariamente”, afirmou Bárbara Lomba.
Nesta quinta, o governador Cláudio Castro vai ao Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, onde o crime aconteceu no último domingo (10).
Na quarta-feira, o material recolhido na sala de cirurgia do hospital da mulher foi encaminhado para o Instituto de Criminalística Carlos Éboli.
São as gazes usadas para limpar os vestígios de crime no rosto da mulher que aparece no vídeo do estupro, as ampolas do anestésico aplicado na mulher e o celular usado pra gravar o flagrante.
Vítima já sabe do crime
A vítima de estupro durante a cesariana só soube que foi vítima de violência na quarta-feira (13). A revelação ocorreu por telefone, com o pai da criança e psicólogos presentes na conversa.
A mulher chorou muito ao saber que foi estuprada durante o nascimento do filho. O marido da vítima deve ser ouvido nos próximos dias na delegacia.
‘Criminoso em série’
Em entrevista na quarta-feira (13), a delegada também afirmou que Giovanni é “um criminoso em série”.
“Diante da repetição das ações criminosas, das características de compulsividade que se observam e da possibilidade de várias vítimas feitas naquelas condições, podemos afirmar que se trata de um criminoso em série”, explicou.
Bárbara Lomba conversou pelo telefone com a mulher que aparece em um vídeo sendo estuprada pelo anestesista.
Segundo ela, a ligação para a vítima do vídeo não teve como objetivo colher informações sobre o caso, mas sim para prestar solidariedade. A policial contou que a mulher ficou sabendo do estupro nesta quarta.
G1