Marco Aurélio Mello isenta Bolsonaro e culpa STF por atos antidemocráticos em Brasília
O ex-ministro do STF, que votou em Ciro Gomes (PDT) no primeiro turno e em Jair Bolsonaro (PL) no segundo, evitou responsabilizar o ex-presidente da República pelos fatos ocorridos em Brasília.
O ex-decano do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello disse durante entrevista nesta segunda-feira (9) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não tem culpa dos atos antidemocráticos ocorridos em Brasília ontem (8).
O ex-ministro do STF, que votou em Ciro Gomes (PDT) no primeiro turno e em Jair Bolsonaro (PL) no segundo, evitou responsabilizar o ex-presidente da República pelos fatos ocorridos em Brasília.
“Os responsáveis estão no Brasil, no território nacional, considerando as forças repressivas, as Forças Armadas. Bolsonaro não tem o domínio dessas forças que estão na rua. Ele não tem culpa, está a quantos quilômetros daqui?”, questionou, em referência ao fato de o ex-presidente estar nos Estados Unidos.
Conhecido por ter opiniões contra a corrente de Alexandre de Moraes, o ministro também apontou o dedo para o próprio Supremo, que derrubou condenações impostas pela Lava Jato contra Lula, devolvendo a possibilidade de o petista disputar as últimas eleições.
“Falhou todo mundo, e começou a falha no próprio STF, quando ressuscitaram politicamente o ex-presidente Lula, dando o dito pelo não dito, quando enterraram a Lava Jato, quando declararam a suspeição do Sergio Moro, que veio a ser resgatado politicamente pelo Estado do Paraná. O que começa errado, nós aprendemos quando garotos, não acaba bem”, frisou.
Terroristas chegaram a invadir o salão nobre do Supremo, depredando poltronas, vidros e derrubando câmeras de vigilância. Mas o prédio do STF já foi retomado pela equipe de segurança.
“Estou estarrecido e a única indagação que faço é: onde esteve o Estado que não previu isso e não tomou as providências cabíveis? Refiro-me ao Estado como um grande todo, não apenas ao governo do Distrito Federal. É algo impensável ter o STF depredado, ter o Congresso Nacional depredado, como ocorreu. Vamos fechar o Brasil para balanço”, afirmou o ministro à coluna, enquanto acompanhava o noticiário de sua casa, no Rio.