Prisão de comandante da PM causa comoção entre policiais que ameaçam reduzir segurança de Brasília
A CNN procurou a Secretaria da Segurança Pública e o Ministério da Justiça e aguarda manifestação dos órgãos.
A prisão do comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, Fábio Augusto Vieira, gerou comoção entre policiais de Brasília que passaram a defender operação padrão. Na prática isso significa a redução nas ações de segurança na capital federal, como reação ao comprometimento da imagem da PM.
A CNN conversou nesta tarde com apoiadores e críticos do coronel que foi retirado do cargo, antes da prisão. Os dois grupos relatam que o clima nos quartéis é de solidariedade ao ex-comandante e incompreensão pela prisão.
Interlocutores do coronel chegam a dizer que o esquema de segurança de domingo (8) “parece que foi planejado para dar errado”, mas que o comandante não teria participado disso. Uma fonte da PM que tenta defender a corporação disse que o “erro foi de planejamento, e não de procedimento”.
A avaliação interna é de que houve erros no esquema de segurança montado pelas autoridades do governo local, no domingo, mas há questionamentos sobre o fato de somente o ex-comandante da Polícia Militar ter sido preso até agora.
Há preocupação com a escalada de violência na capital federal, nos próximos dias, o que eleva o grau de dificuldade da intervenção federal em manter o controle da segurança em Brasília. Policiais ouvidos pela CNN, nesta terça-feira (10), avaliam que a PM passou a carregar a culpa sozinha pelo ocorrido.
A corporação é subordinada à secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Há também uma ordem de prisão contra ex-secretário Anderson Torres que ainda não foi cumprida. Ele está nos Estados Unidos.
No domingo, grupamentos da PM, a exemplo de homens do Choque e do Batalhão de Operações Especiais, que deveriam estar de sobreaviso estavam em casa. Outros relatam que estavam no quartel e não nas ruas porque, afirmam, seguiram o planejamento de segurança daquele dia.
A CNN procurou a Secretaria da Segurança Pública e o Ministério da Justiça e aguarda manifestação dos órgãos.