O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) e o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (ainda no PSD), andaram se reunindo nos últimos dias em Brasília. Na sequência, se juntaram ao deputado federal Romero Rodrigues (PSC), o senador Efraim Filho (União) e o presidente da Assembleia da Paraíba, Adriano Galdino (Republicanos), numa audiência com a ministra da Saúde, Nísia Trindade. Depois disso, a imprensa arrancou uma declaração de Romero de que não será obstáculo para a aliança de Cunha Lima com Veneziano em Campina Grande. Essa declaração e alguns eventos de Brasília não podem ser tomados apenas como fato casual ou conjuntural. Não são nuvens passageiras da política estadual.
A junção política entre Bruno, Romero e Veneziano já pode estar dando liga.
Especulações sobre supostas insatisfações de Romero em relação a Bruno ou sobre a impossibilidade de aliança entre ele e o senador Veneziano, seu principal adversário na história eleitoral mais recente de Campina Grande, parecem não ter força para se sustentar. Muitas especulações não têm se sustentado na política da Paraíba.
É possível que o ex-prefeito cultive insatisfações em relação ao atual prefeito. É mais do que natural. Mas é plenamente possível que Romero mantenha a coerência que marca sua atuação na política e permaneça fiel e ligado ao grupo Cunha Lima, núcleo que o projetou e o mantém nas esferas de poder no Estado.
Nesse item, talvez seja interessante lembrar 2022, quando se especulou que Romero romperia com o grupo Cunha Lima e seria candidato a vice-governador na chapa do governador João Azevedo, e ele acabou se mantendo onde estava e cumprindo metas estratégicas de seu agrupamento político tradicional.
Na mesma perspectiva, vale também lembrar que se dava como certo que Veneziano jamais apoiaria a candidatura do então candidato a governador Pedro Cunha Lima, por se tratar de rival histórico, e ele se instalou sem problemas no palanque da campanha oposicionista. Aliás, é bom lembrar que Veneziano e Pedro também andaram se reunindo nos últimos dias, certamente, para discutir planos políticos futuros.
Noutra perspectiva, oportuno lembrar que outras fortes especulações também não vingaram na política paraibana. Duas delas, que guardam estreita relação com o tema tratado aqui, são as que desacreditaram da possibilidade de rompimento do então deputado Efraim Filho e do senador Veneziano Vital do Rêgo com o esquema do governador João Azevedo. Ambos romperam e ambos disputaram as eleições na oposição contra a incredulidade reinante.
O que tudo isso significa? Pura e simplesmente que o encontro entre Veneziano, Romero e Bruno, além da função meramente administrativa, é indicativo claro que está se formando um novo núcleo político não apenas para a disputa das eleições em Campina Grande, mas para futuros pleitos estaduais. Aos três, se soma o ex-deputado Pedro Cunha Lima, e podem se juntar outras forças. Olhos, por exemplo, para a movimentação do senador Efraim Morais (União), entre outros.
A Paraíba está vivendo uma quadra de renovação geracional em sua política e o vácuo permite o sepultamento de velhas rixas e o surgimento de novos arranjos políticos. É isso.
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