A principal consequência da onde de calor que atinge o Brasil é a alta no consumo de energia. Esta semana, o país bateu dois recordes consecutivos.
Nas últimas segunda (13) e terça-feira (14), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) registrou dois recordes seguidos de pico no consumo de energia elétrica. No começo das tardes, a demanda chegou a 100 mil MW, um aumento de quase 17% em relação aos primeiros dias deste mês.
Para Lucas Paiva, a explicação do crescimento do consumo vai muito além do calor: “geladeiras, ar-condicionado, são equipamentos que, mesmo que o consumidor não faça nada, ele deixa só o equipamento ligado na tomada, a hora que a temperatura sobe ele naturalmente começa a gastar mais energia para compensar essa diferença de temperatura do ambiente“.
Com a alta do consumo, surgem problemas na distribuição. É o que explica Roberto D’Araújo, especialista do Ilumina, Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético. Para ele, as falhas frequentes estão ligadas à falta de manutenção da rede e no conflito entre as fontes de energia.
“Nós temos um problema de operação que é saber qual usina que vai entrar no lugar das solares e no lugar das eólicas. As usinas hidráulicas não estão do lado da solar, elas estão em outro lugar, afastado às vezes 2 mil quilômetros, no meio desse sistema de transmissão que nós temos. Então, isso cria um problema de fluxo“, diz o especialista.
