Projeto usa esporte para engajar adolescentes na preservação do peixe-boi no Litoral Norte da Paraíba
O Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho é realizado pela Fundação Mamíferos Aquáticos
As atividades do projeto da Liga Esportiva do Peixe-Boi-Marinho em 2024 tiveram início neste semestre, marcando mais um ano de engajamento comunitário e conservação ambiental no litoral norte da Paraíba.
Criada em 2021, a Liga é uma estratégia do Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho (PVPBM), que visa mobilizar e engajar jovens das comunidades rurais de Rio Tinto – Barra de Mamanguape, Lagoa de Praia, Praia de Campina e Tanques – em prol da conservação do peixe-boi-marinho, uma espécie em perigo de extinção.
Projeto Viva o Peixe-Boi-Marino
O Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho é realizado pela Fundação Mamíferos Aquáticos com o patrocínio da Petrobras e do Governo Federal, por meio do Programa Petrobras Socioambiental. A iniciativa busca integrar a conservação da fauna marinha com ações de engajamento comunitário, educação ambiental e promoção do esporte.
Com um público-alvo composto por cerca de 30 adolescentes, entre 11 e 18 anos, atendidos ao longo dos anos, a Liga oferece não apenas a prática esportiva, mas também uma formação ambiental e cidadã. As atividades incluem aulas de futebol, oficinas educativas e uma série de ações ambientais que incentivam a conservação ambiental, o respeito, o comprometimento e a coletividade
Os encontros do projeto, que ocorrem quinzenalmente, oferecem todo o material esportivo necessário, como chuteiras, meiões, coletes, bolas e cones, garantindo que os jovens tenham as condições adequadas para desenvolver suas habilidades esportivas. Além disso, com a orientação de um educador esportivo, os participantes são incentivados a aprimorar suas capacidades motoras, bem como a desenvolver valores essenciais para sua formação como atletas e cidadãos conscientes.
O diferencial do programa reside na integração das atividades esportivas com ações de conscientização ambiental. A equipe do PVPBM promoverá, junto aos jovens, campanhas de sensibilização sobre o impacto do lixo, atividades de reflorestamento e monitoramento do peixe-boi-marinho.
Ademais, são ofertadas, com o apoio de especialistas, aulas de campo para avistamento de aves marinhas, oficinas de artesanato para produção de papéis reciclados e oficinas de estamparia manual, que visam desenvolver a criatividade e a habilidade com trabalhos manuais, utilizando materiais orgânicos e recicláveis.
O futebol, além de ser a principal atividade esportiva, é utilizado pelo projeto como uma ferramenta de engajamento dos jovens, atraindo-os para a causa da conservação ambiental. A expectativa é que esses adolescentes se tornem futuros defensores da natureza, com uma consciência ambiental sólida e, possivelmente, atuem diretamente na preservação do meio ambiente.
A Liga Atletas do Peixe-Boi-Marinho é, assim, um exemplo concreto de como o esporte pode ser um catalisador para a transformação social e ambiental, unindo a comunidade em torno de uma causa nobre e essencial para o futuro da biodiversidade no Brasil.
Peixe-boi
Os peixes-bois, vacas-marinhas, manatins ou lamantins, constituem uma designação comum aos mamíferos aquáticos, sirênios, como os dugongos, mas da família dos triquequídeos (Trichechidae). Possuem um grande corpo arredondado, com aspecto semelhante ao das morsas.
O peixe-boi-marinho (Trichechus manatus) pode medir até quatro metros e pesar 800 quilos, enquanto o peixe-boi-da-amazônia (Trichechus inunguis)pode chegar ate 2,5 metros e pode pesar até 300 quilos.
A espécie peixe-boi-marinho habitou em tempos todas as regiões tropicais dos Oceanos Índico e Pacífico, mas hoje em dia a sua distribuição é mais limitada, e a UICN classifica a espécie como vulnerável à extinção, devido à caça por carne e óleo.
As principais populações vivem na Grande Barreira de Coral ao largo da Austrália e no Estreito de Torres. Existe também uma população viável de peixe-boi no Parque Nacional do Bazaruto, em Moçambique, a última do Oceano Índico ocidental.