PF investiga esquema milionário de fraudes ao Farmácia Popular na Paraíba e outros cinco estados
As investigações apontam que a quadrilha desviou recursos públicos por meio de farmácias de fachada, utilizando o dinheiro obtido ilicitamente para financiar o narcotráfico.
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A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (13) a Operação Arthron, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso envolvido em tráfico de drogas transnacional e fraudes milionárias contra o Programa Farmácia Popular. As investigações apontam que a quadrilha desviou recursos públicos por meio de farmácias de fachada, utilizando o dinheiro obtido ilicitamente para financiar o narcotráfico.
Na Paraíba, mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados aos investigados, que faziam parte de uma rede estruturada para fraudar o sistema de repasses do programa federal. Ao todo, a Justiça determinou 106 medidas judiciais, incluindo seis mandados de prisão e bloqueio de bens que ultrapassam R$ 39 milhões. Além da Paraíba, as ações ocorreram em outros estados, como Goiás, Acre, Minas Gerais, Mato Grosso e no Distrito Federal.
Esquema na Paraíba e em outros estados
As investigações tiveram início em 2022, após a prisão em flagrante de dois suspeitos transportando uma grande quantidade de cocaína com destino a Luziânia (GO). A partir dessa prisão, a PF identificou um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro envolvendo farmácias cadastradas no Programa Farmácia Popular.
Na Paraíba, os criminosos utilizavam farmácias registradas no programa para simular vendas de medicamentos que nunca eram entregues aos beneficiários. Dados de consumidores eram inseridos no sistema sem seu conhecimento, e as empresas de fachada recebiam valores que variavam entre R$ 60 mil e R$ 90 mil por mês. Antes das fraudes, esses estabelecimentos recebiam repasses médios de apenas R$ 5 mil.
Como funcionava o golpe?
- Os criminosos adquiriam farmácias que haviam encerrado as atividades, mas que ainda estavam registradas no programa federal.
- Realizavam alterações societárias para ocultar os verdadeiros proprietários.
- Manipulavam o sistema do Farmácia Popular para aumentar o volume de vendas registradas.
- Recebiam os repasses indevidos do governo federal.
- Lavavam o dinheiro utilizando empresas de fachada e movimentação de bens.